O genocídio do bom português

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

 

Há algum tempo (quanto, exactamente, não sei) aprovou-se o novo acordo ortográfico. As mudanças na língua que este acordo apresenta são lamentáveis e, no meu entender, contribuem, apenas e só, para empobrecer o português, do qual a nossa pátria é indissociável.
Senão vejamos - o que se faz com este acordo (sim, escrevo com letra minúscula, porque não merece a honra da maiúscula) é retirar coisas. Retirar os agás, os cês, os acentos, os hífens. Pior, os resultados são totalmente ridículos. Quem é que quer escrever "istória"? Ou "oje"? Ou, pior, "orário"?
E as confusões que se geram? "Eu estava a pensar num fato.". Com o acordo ortográfico, isto tem um sentido duplo. Em português correcto as palavras fato e facto escrevem-se de maneiras diferentes. Como devem ser escritas. O governo anda a promover muito as Novas Oportunidades, o que tem muito que se lhe diga, de bom e de mau, mas está, e isso é incontestavelmente mau, a promover as Novas Ambiguidades.
É por tudo isto que este novo acordo ortográfico, é, na verdade, um tratado de genocídio muito bem disfarçado. Um genocídio de letras, de acentuação, de hifenização.
A única forma de pôr um travão a este massacre é continuar a escrever como agora. Porque esta atrocidade que se está a cometer contra a nossa língua só vai para a frente se nós quisermos.
Não deixemos a galinha da morte pôr os seus ovos na língua portuguesa. Porque ela não merece essa desfeita da nossa parte.

1 aforismos:

Anónimo disse...

ora ai está uma grande verdade