sábado, 12 de setembro de 2009

2 aforismos  

Só para que conste, não tenciono fechar este blog.

"."

0 aforismos  

Já não escrevo aqui há muito tempo e, provavelmente, nunca tive jeito para escrever o tipo de informação para a qual este blog foi criado. Continuarei a ver e a "tentar" comentar aquilo que se vai escrevendo, mas não escreverei mais. E assim ponho um "." à minha estadia na Ligação BOF.

Vou ali e já venho

0 aforismos  

Ora bem, à muito que me afastei da vida activa deste blog. Tendo isto, acho que a melhor opção é afastar-me mesmo. Não por medo ou qualquer coisa do género relacionada com o conteúdo postado, mas porque simplesmente não se relaciona com as parvoíces que escrevo actualmente. Continuarei a ser visitante assídua, claro. E manter-me-ei ligada a estre projecto mas como uma espectadora de crónicas inteligentemente redigidas e fundamentadas em factos reais (ou não).



Bem, inté! Divirtam-se =)

Algumas palavras segundo o novo acordo ortográfico

7 aforismos  

Palavra correcta
Palavra acordortograficada
morde
mord
morte
mort
diferente
difrente
interrupção
intrrupção
-te
-t
número
númro
televisão
tlevisão
tropeção
tropção
dezena
dzena
se
s
computador
comptador

Afinal, se vão tirar consoantes a mais, por que não tirar também as vogais a mais?

A de Alarmismo

terça-feira, 25 de agosto de 2009

1 aforismos  

A avaliar pela enorme quantidade de atenção que lhe é prestada, a gripe A é uma doença incrivelmente nefasta que aniquilará grande parte da humanidade se não for tomada uma panóplia de precauções, desde ter um medo mortal de corrimões, maçanetas e afins, até lavar as mãos sempre que se volte a casa, não vá o H1N1 andar escondido nalguma unha. É tanto o pânico que até há gente a andar de máscara, como se o Ébola estivesse à solta.

Claro que eu não vou pôr-me a tremer que nem um despertador. A gripe A e a gripe normal são tão parecidas que são indistinguíveis na maioria dos casos. O tratamento é essencialmente o mesmo, o tempo de recuperação também e a taxa de mortalidade idem aspas.

Mesmo o facto de esta ser uma gripe fora de época significa pouco, dado que até agora a gripe A tem-se propagado a ritmo de lesma, precisamente porque o clima do Inverno é o mais propício à propagação da doença - tal como a gripe normal.

Sim, os grupos de risco estão, bem, em risco, mas isso é verdade para qualquer doença e a vacina para a gripe A está prestes a chegar para esses grupos (e para os paranóicos, naturalmente).

No meio disto tudo, as pessoas ficam com os cabelos em pé de cada vez que morre alguém de gripe A, ignorando o facto de que a gripe normal mata largos milhares (se calhar até milhões) de pessoas todo o santo ano. Parece que a gripe normal é tão normal que as pessoas se esquecem que ela existe.

Dado tudo isto, o meu conselho é que simplesmente continue a sua vida como normalmente. Vá a centros comerciais tantas vezes quantas desejar. Pode até ir beijando os corrimões de vez em quando. Ficará imune à gripe A sem o incómodo de ter que tomar a vacina. Claro, terá que tratar uma gripe, mas isso é um inconveniente menor.

Se já comprou álcool, pode sempre bebê-lo, o que certamente o deixará um pouco mais descontraído. As máscaras darão muito jeito ao seu grupo de teatro local, especialmente se este estiver a ensaiar uma peça sobre a gripe A.

Entretanto, eu vou comprar acções da Roche enquanto posso.

Derramou-se leite? Então derrame-se mais

terça-feira, 23 de junho de 2009

Como é do conhecimento público, recentemente o governo propôs (ou já foi aprovada, não sei, não me entendo) a extensão da escolaridade obrigatória para um período de 12 anos. Esta medida recebeu várias críticas pertinentes, embora alguns partidos da oposição tenham (surpreendentemente) aplaudido a acção, fazendo notar, todavia, que se tratava, provavelmente, de uma jogada eleitoralista - suposição que é, muito provavelmente, verdadeira.

Diz-se que este aumento da escolaridade obrigatória não mais é que uma manobra para melhorar as estatísticas, que põe em causa a qualidade do Ensino Secundário, que é ineficaz para atingir uma melhor formação dos alunos, e que mantém na escola pessoas que já deviam ter saído dela. Todas estas críticas - especialmente as duas últimas - são válidas. Concordo com todas.

Infelizmente, nenhuma delas vai suficientemente longe. Embora válidas, são também superficiais. O verdadeiro problema parece estar a escapar a toda a gente - o que é grave, visto que é o que mais necessita de uma solução.


As crianças são naturalmente curiosas. Não conheço ninguém que negasse tal afirmação - e por bons motivos: qualquer pessoa que tenha tido contacto com crianças sabe que elas fazem uma grande quantidade de perguntas sobre coisas que não conhecem. Também é, pelo que sei, consensual que esta atitude é saudável e bem-intencionada, e é óbvio que, se encorajada, pode levar a grandes aprendizagens e - presumindo que não há complicações pelo caminho - ao desenvolvimento pleno da criança.


Se encorajada.

E o problema é que não é encorajada. Pior, é desprezada e repisada, por intermédio de programas que tencionam definir exactamente aquilo que deve ser aprendido.

O actual sistema escolar assume, erradamente, que todos os jovens podem e devem aprender as mesmas coisas, da mesma maneira, ao mesmo ritmo e no mesmo lugar. Não sei quem teve esta ideia, mas diria que tem um QI abaixo de 10, pois este pressuposto é totalmente absurdo e qualquer pessoa que tenha tido contacto com jovens sabe isso. O resultado da aplicação deste tipo de princípios é que, previsivelmente, a vasta maioria dos "alunos" falha miseravelmente na escola.


Outro problema da escola é a sua tentativa de quantizar as capacidades e evolução dos jovens - algo que falha miseravelmente porque as características das pessoas são demasiado complexas para serem descritas por meia dúzia de números numa escala que só admite até 21 valores diferentes (e que se pretende aplicar a milhares de pessoas!). A piorar este problema está o facto de a escola só valorizar uma fracção ínfima das características da pessoa. Isto leva a que pessoas perfeitamente capazes sejam descartadas pelo sistema escolar por não possuírem as características que este último exige.


Como se tudo isto não fosse já suficiente, temos ainda o facto de que uma grande quantidade das "aprendizagens" feitas na escola são completamente inúteis na vida futura dos alunos (quem é que, aos 30 anos, se lembra de sequer um quinto do que "aprendeu" na escola?). Ou seja, todo o esforço que eles fazem (e não é pouco) ao longo de doze anos (segundo a nova proposta) é em vão. Isto é alarmante tendo em conta que a escola ocupa a maior parte do tempo daqueles que a frequentam.


Tudo isto é grave, mas se não fosse um pequeno factor, não seria nem de perto tão grave.

O factor chama-se - como o leitor provavelmente já terá adivinhado - escolaridade obrigatória.

Sim, leu bem. Os jovens a partir dos 6 anos são forçados a frequentar o erro crasso chamado "escola", acima descrito.

Uma coisa é cometer um erro. Outra é fazer com que toda a gente sofra as consequências. Estamos em presença da última situação.


Uma das justificações apresentadas para a existência da escolaridade obrigatória é a seguinte: é do interesse da sociedade evitar que se formem sociedades paralelas baseadas em convicções filosóficas alternativas e integrar as minorias na sociedade (fonte fraquinha, mas é o que há) . Soa bem, não soa?

Talvez soe. Mas a verdade é que se trata de uma desculpa patética. A expressão sociedades paralelas não tem significado, pois todos os grupos de pessoas interagem uns com os outros, inevitavelmente; para além de que o termo "paralelo" tem uma conotação marcadamente (e injustificadamente) negativa, como em "economia paralela".

Depois, é notória a intolerância demonstrada pelo autor desta frase, ao classificar todas as convicções minoritárias como perigosas. Este tipo de pensamento era bastante comum em membros do Partido Nazi. E eu que pensava que já estava extinto.

Por fim, a "integração" mencionada cheira a esturro. Quando o autor da frase se refere às minorias de uma forma tão negativa, é impossível ter confiança nele. Penso que um termo mais adequado seria "lavagem ao cérebro".


Mencionei atrás que a escola desperdiça muito do tempo daqueles que a frequentam. Isto seria praticamente irrelevante, não fosse a escolaridade obrigatória. Graças a esta, todos os jovens a partir dos 6 anos vêem o seu precioso tempo (e o tempo da juventude é particularmente precioso) gasto da forma mais fútil possível, durante um tempo variável que, hoje, é de 9 anos em Portugal. De facto, dado que a escola exige que o aluno se encontre no seu terreno durante muitas horas por dia, a escolaridade obrigatória assemelha-se a uma sentença prisional em part-time.

Quase uma década gasta em vão.

Infelizmente, as crianças que entram na escola não têm, geralmente, a capacidade de se aperceberem desta situação. Quando o conseguem fazer (se chegam a fazê-lo, o que é raro), tipicamente, já os estragos são monumentais.


Outra justificação utilizada para a escolaridade obrigatória é a seguinte: o jovem tem o dever de aprender e nada mais. Nada mais errado. A aprendizagem e a educação não devem excluir tudo o resto, sob quaisquer circunstâncias - pois toda a aprendizagem do mundo é inútil se não puder ser utilizada!


Apesar de tudo o que já disse, o que mais me indigna na escolaridade obrigatória é o desrespeito atroz perante a liberdade e independência dos jovens (e que é patente em muitas outras leis). O jovem que queira aprender a sério algo que não esteja coberto num programa escolar, aquele que prefira crescer de outra forma que não a imposta pelo estado, ou, até, aquele que queira trabalhar para ter uma vida independente sem ter que esperar anos e anos apenas por causa de uma restrição arbitrária (desejo que seria, provavelmente, tomado como absurdo), não tem opções. Está aprisionado, e para libertar-se, ou espera ou toma medidas drásticas.


Desde que penso sobre o assunto que se tornou claro, para mim, que a escolaridade obrigatória está a causar males incontáveis à juventude de Portugal e do mundo. Está a transformar algo nobre, importante e valioso - a educação e a aprendizaem - numa obrigação, numa sobrecarga que deve ser temporária. Quando isto acontece, é sinal de que alguma coisa está muito, muito mal.

Por isso, concluo dizendo que estou horrorizado com esta proposta extensão da escolaridade obrigatória. Já era um problema gravíssimo, e, ainda assim, tenciona-se agravá-lo. E não é só em Portugal.

Temo verdadeiramente pelo futuro da juventude.

Confie no rosa, esqueça os noves

quinta-feira, 11 de junho de 2009

0 aforismos  

Roda, pé, roda, pé...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

0 aforismos  

Vamos lá fazer uma joranada a Lisboa...
... para inflaccionar a cabeça de quem escreveu estes rodapés do telejornal da RTP1 de há 3 dias atrás (sim, eu sou mesmo muito preguiçoso)

Srª Fátima, de que cor é a sua roupa interior?

domingo, 12 de abril de 2009

0 aforismos  

in WEHAVEKAOSINTHEGARDEN


As funcionárias da Loja do Cidadão de Faro, inaugurada a 3 de Abril, foram proibidas de usar saias curtas, decotes, saltos altos, roupa interior escura, gangas e perfumes agressivos.


in Público (negrito adicionado por mim)


A notícia de anteontem não podia ter mais piada. Aliás, é das coisas com mais piada que ouvi nos últimos tempos.

Uma coisa que quero por já clara e que não estou a dizer que as referidas funcionárias devam atender os clientes com roupa dita "ousada". Como a MariaEduarda diz, e bem: "acho que se têm contacto com o público deviam ter uma farda qualquer. podia ser super simples, mas uma roupa que tivessem todas igual!". Ora, que mal têm os saltos altos? Que eu saiba, não expõem nada. E a parte das cuecas é verdadeiramente hilariante. As funcionárias da Loja do Cidadão com certeza não andam com elas à mostra. A não ser que tivessem saias transparentes, mas essas só aparecem nas exibições de moda. Tendo em conta que o Sócrates é considerado o sexto homem mais elegante do mundo (ou coisa semelhante), explica-se a existência de tal medida.

Isto preocupa-me. Não tanto pelos arzinhos do salazarismo que, alegadamente, andam por aí, mas sim pelo futuro estado do nosso país. Se o Sócrates pensa que Portugal é uma exibição de moda, então, um dia destes, pintam as passadeiras todas de vermelho. (O sangue que se espalha nelas todos os dias, por essa altura, já terá feito muito do trabalho.). O que colocaria o nosso país na linha da frente da inovação no que à sinalização rodoviária diz respeito, e nos tiraria a possibilidade de criticar o facto de sermos um país atrasado. Interessante.

Especialmente a forma como se passa de cuecas pretas a passadeiras vermelhas.

A verdadeira Ministra da Educação, mais conhecida por Milú, Marilú, ou Lurdinhas

quinta-feira, 2 de abril de 2009

0 aforismos  

modificação muito pouco imaginativa da autoria de The Purple Teen Wizard

A numerologia de alguns telemóveis da Nokia

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Como toda a gente sabe, as férias da Páscoa já começaram há 4 dias. Portanto, é tempo de, para além do acontecimento incrível relativamente ao Magalhães, que foi referido ontem, falar de uma coisa diferente.
Tive esta ideia hoje, e agora vou pô-la em prática:

Nokia 5300 - Um telemóvel que não permite ao seu dono descansar. Unirá todo o mundo como uma rede pacífica de pessoas. Ideal para quem gosta de olhar para enxames de abelhas.

Nokia 5320 - As mesmas características do 5300, mais o poder de unir as pessoas no meio das maiores discórdias.

Nokia 6600 - Um telemóvel recomendado para pessoas extremamente sérias e sem qualquer sentido de humor.

Nokia 6630 - Muito similar ao 6600, mas providencia ao seu dono uma maior união com as outras pessoas, para além de poder neutralizar qualquer sentido de humor da pessoa.

Nokia N95 - Aquele que possuir este telemóvel possuirá o poder de mudar tudo o que muito bem quiser no mundo. Recomendado para utópicos e idealistas.

Nokia 1100 - Apropriado para pessoas extremamente fechadas, zangadas, mal-dispostas, deprimidas, e agressivas. Triplica o poder dos murros e quintuplica o dos pontapés.

Vertical sejas, ó Magalhães

segunda-feira, 30 de março de 2009

1 aforismos  



(no comments)

O primeiro post BOF sobre xadrez

sábado, 28 de fevereiro de 2009

1 aforismos  


Desafio: esta posição é possível num jogo de xadrez?
(Sugestão minha: desafie os seus leitores também.)

Votem no "votador" ao lado!

O estranho caso das leituras enjoatórias

domingo, 15 de fevereiro de 2009

0 aforismos  

Muitas vezes, criticam-me por defender ideias que não passam de mera utopia (Argumento que eu considero bastante questionável. Mais tarde falarei do assunto). Porém, aqui, o assunto tem tudo de prático e muito pouco de teórico.

Os Maias, de momento, estão parados a meio do capítulo XI, o que significa que tenho que ler mais sete capítulos e meio (umas poucas 350 páginas) até acabar aquilo. A ficha de leitura é no princípio de Março, o que significa que tenho cerca de meio mês para ler o livro.

Fosse este outro livro qualquer, um que eu tivesse, de facto, escolhido ler, esse tempo chegaria e sobraria para o efeito. Porém, não é esse o caso aqui. Eu nunca quis ler Os Maias. Ora, como eu já disse, é impossível estar motivado quando se faz algo à força – o que, aqui, significa que não só leio mais devagar, como leio menos de cada vez. O tamanho do livro (mais de 700 páginas) desencoraja ainda mais a leitura.

Pior, como eu prefiro ler livros em série, isto é, um de cada vez, até ler Os Maias não tenho oportunidade de ler mais nada. E isto é que me massacra a alma. Eu tenho uns quantos livros que já comprei há algum tempo, alguns talvez até no ano passado (um deles foi-me oferecido por escolha minha no Natal: A Viagem do Elefante de Saramago). Ainda não os li! Por que será? Por causa daquele livro maldito. Ora, isto já ilustra a completa estupidez que são as leituras obrigatórias. Senão vejamos:

  • Como todas as pessoas são diferentes, é altamente benéfico para elas seguirem os caminhos da sua preferência (ideia que não tem necessariamente de estar restrita às leituras);
  • Em pessoas da minha idade (incluindo eu mesmo) a imposição tende a causar aversão, o que vai contra até mesmo os objectivos da leitura obrigatória;
  • Como eu também já disse na minha crónica Ler menos também era capaz de ser boa ideia, há dois tipos de pessoas – as que lêem e as que não lêem: no fundo, estes dois tipos correspondem aos indivíduos que apreciam a leitura e aqueles que preferem outras actividades. Forçar os segundos a ler é inútil, atendendo ao ponto anterior, e pode levar a que a pessoa não queira, mais tarde, começar a ler, com base na sua experiência (Isto é apenas uma conjectura, e conheço casos de pessoas que, tendo lido um livro na escola, só gostaram dele mais tarde). Impor leituras a quem já lê só é prejudicial, sendo eu mesmo a prova viva desse facto. Tenho lido pouquíssimo ultimamente à custa daquele calhamaço de setecentas páginas e da vontade infinitesimal (e que continua a diminuir) que eu tenho de o ler. Ou seja, eu, na verdade, estou a ler menos do que leria se não tivesse este empecilho no caminho – e a ficar infeliz por isso. Quando ter um livro para ler faz com que nos sintamos mal, é sinal de que algo se passa de muito errado.

Mais triste ainda é saber que estes problemas poderiam até ser minorados grandemente com uma simples medida: limitar o tamanho das leituras obrigatórias a, digamos, umas 200 páginas. Pela minha experiência, mesmo na ausência de uma motivação, é possível ler um livro desses em poucos dias. Assim, pegava no livro, lia, fechava, e mesmo com glossário e biografia, rapidamente poderia partir para outro livro.

Dadas as nefastas consequências, torna-se cada vez mais difícil compreender por que diabo existe este tipo de leituras, e, especialmente, por que é que as pessoas continuam a insistir nelas mesmo quando chamadas à razão. Lamento estar a dizer isto de algumas dessas pessoas, mas, para ver a realidade fundamentada como eu a fundamentei e continuar a não a aceitar, é mesmo preciso ter uma grande falta de bom senso.

Bem, eu agora penso publicar tudo isto no blog, e aproveito para fazer um pequeno comentário. Esta situação já grassa há bastante tempo, e, desde a última vez que escrevi acerca do assunto, não foi resolvida. Normalmente, seria ligeiramente tolo estar a falar duas vezes do mesmo assunto – mas a gravidade da situação assim o exige, pelo que há que sacar da liberdade de expressão (que, felizmente, ainda temos) outra vez.

Assim sendo, nada mais me resta acrescentar do que a consequência última e mais recente de todo este descalabro. Tal é a indisposição que me provoca saber que poderia ter tido muito mais prazer a ler se tivesse lido os livros que escolhi, que já estou a ficar com bastante vontade de pôr o calhamaço na prateleira de vez e passar às leituras que, de facto, me enriquecem e me dão vontade de ler mais.

Ler mais. Engraçado... onde terei eu lido essa frase?

Os 10 Primeiros Minutos da Aula de Biologia

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

1 aforismos  

Antes de ler compreenda, estimado leitor, que todo o conteúdo escrito deste post foi uma espécie de brincadeira entre dois colegas de turma, não passando disso mesmo, uma brincadeira tonta.
Se não quiser continuar a ler esta parvoíce ou se de alguma forma este tipo de brincadeiras interferir na sua sanidade psicológica por favor carregue no botão com uma cruz no canto superior direito da janela do seu browser.

Depois de um colega ter pedido à sua colega para experimentar uma caneta na última página do seu caderno, eu vez de fazer um risco como qualquer pessoa faria, vejam o que aconteceu:

"Olá João, está bom? Eu estou.
Sabes, hoje faço anos. Weee! Que fiche!
Tou a ficar bué velha. (Repara como usei o "bué" para contrariar a tendência da velhice).
Gosto mais ou menos muito de ti.
Beijinhos,
Eduarda Pereira 05/02/2009

E agora acrescento mais linhas para poder escrever com a tua caneta.
Já viste, que fofinho, temos as nossas canetas juntas. Tão bonito!
Somos mesmo queridos!

E também vou escrever com esta caneta. É a laranjinha. Também é bem fofa! "Pera", vou buscar a azul clara.

Pronto, esta é a azul clarinha. Também é bem suave. Mas esta não deixa escrever o sentimento que nutro por ti. É um aborrecimento.

Hmm... Esta rosinha é meio rabeta. Mas permite-me apontar aqui que gosto seriamente de ti. Vá, só um bocadinho. Bem, vou buscar a azul escura.

Ora aqui está! Eh, até desliza. Bem fofa. Condiz contigo. Sou mesmo querida!
Já disse que hoje faço anos? É bem fiche. Também devias fazer. Garanto-te que proporciona um prazer extremo. Aliás, agora vou aguentar um tempinho sem fazer anos porque isto é muito intenso (vou trocar de caneta).
Agora com esta caneta vermelha. Continuando, quando eu for grande, quero ver se faço anos outra vez. Beijinhos."

E assim acabou a brincadeira tonta.

Comunicação.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

1 aforismos  

De: Director Presidente
Para: Gerente

Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 horas o cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando lhes explicarei o fenómeno. Se estiver a chover, não poderemos ver o raro espectáculo a olho nu, sendo assim, todos deverão dirigir-se ao refeitório, onde será exibido um documentário sobre o cometa Halley.

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De: Gerente

Para: Supervisor

Por ordem do Director Presidente, na sexta feira, às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover por favor reúnam os funcionários, todos de capacete de segurança, e encaminhe-os ao refeitório, onde o raro fenómeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos a olho nu.

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De: Supervisor

Para: Chefe de Produção

A convite do nosso querido Director, às 17 horas, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica usando capacete, pois vai ser apresentando um filme sobre o problema da chuva na segurança. O Director levará a demonstração para o pátio da fábrica.

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De: Chefe da Produção

Para: Mestre

Na sexta feira, às 17 horas , o Director, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar o famoso cientista Halley nu. Todos deverão estar lá usando capacete pois será apresentado um show sobre segurança na chuva. O director levará a banda para o pátio da fábrica.

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De: Mestre

Para: Funcionário

Todo mundo nu deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta feira às 17 horas pois o manda chuva (o Director) e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva". Caso comece a chover mesmo, é para ir para o refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 78 anos.

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AVISO PARA TODOS


Na sexta feira o chefe da Directoria vai fazer 78 anos e marcou festa geral às 17 horas no refeitório. Vai estar lá, pago pelo manda chuva, Bill Halley e seus cometas. Todos devem estar nus e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai bombar até no pátio, mesmo com chuva.


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O texto é cómico. Mas infelizmente, retrata uma realidade.

Ultraje!

domingo, 25 de janeiro de 2009

1 aforismos  

Hoje abri a minha caixa de correio electrónico e tinha um novo e-mail. O e-mail continha a cópia de uma notícia publicada no Jornal Público (para quem quiser consultar carregue aqui) intitulada: "GAVE confirma alteração no método de classificação dos exames nacionais".
Como aluno do 11º ano fiquei curioso para saber qual fora a fantástica medida que tinha sido tomada desta vez. Os meus olhos percorreram as letras à minha frente enquanto o meu dedo ia puxando o ecrã cada vez mais para baixo a fim de ler toda a notícia.
Primeiramente não fiquei incomodado com o título nem com as primeiras palavras, já não estava à espera de uma coisa muito boa. No entanto, ao continuar a ler a notícia deparei-me com uma situação preocupante para o futuro dos alunos.
Resumindo a notícia, as antigas oito opções de verdadeiro ou falso presentes nos exames nacionais, passarão a ser apenas quatro. A pontuação que lhes será atribuída passara de dez para cinco pontos. Os critérios de correcção passarão a dar zero pontos a quem errar apenas uma alínea.
Sim, esta foi a parte em que os meus olhos quase saíram do globo ocular. Então ao errar uma alínea de verdadeiro ou falso a questão ser-me-à cotada com zero pontos? Que justiça, que beleza, que decisões extraordinárias... Não consigo encontrar mais adjectivos para descrever a enormidade desta decisão (entenda-se que todos os adjectivos são para ser lidos com sentido irónico).
Deste modo, os alunos vão ficar com sérios problemas. Conhecem a expressão: "Ou é para tirar 20 ou não é!". Definitivamente estamos perante um caso desses. Ou tiramos a nota mais alta, ou então podemos dizer adeus à nota que queríamos alcançar, pois ela escapa-nos por entre os dedos e cai no poço mais profundo da realidade. Nós para a tentarmos agarrar vamos atrás dela e também caímos. É assim que as coisas se vão passar de agora em diante. Um autentico clima de nervosismo, insegurança e insucesso.
As notas vão descer e os alunos vão começar a estar ainda mais desmotivados.
Deixem-me dar uma ajudinha ao ministério na sua recente demanda: porque não implantam o antigo critério de tirar pontos a quem erra a escolha múltipla em vez de contar como zero? (frase que deve ser entendida como um género de gozo).
De uma forma geral, é desta forma que os alunos saem prejudicados nas provas de exame nacional. Mesmo que o aluno domine totalmente a matéria e que, por um qualquer motivo do destino, erre uma alínea fica prejudicado em tantos pontos quantos os que valem a questão.
E a todos deixo cumprimentos e boa sorte para o verdadeiro ou falso dos exames porque vão precisar!

Mortes na estrada: afinal vamos travar este drama ou não?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

2 aforismos  

Ontem foi noticiada, na televisão, a morte de mais uma pessoa nas estradas portuguesas. A notícia, lamentavelmente, surgiu no rodapé, o lugar mais conspícuo possível do telejornal. Digo lamentavelmente porque pôr uma notícia destas em rodapé equivale a dizer que a morte de alguém por motivos tão estúpidos e recorrentes não é digna de nota.
Não culpo quem o fez, porém. A verdade é que noventa e nove por cento dos portugueses (e, quem sabe, estrangeiros também) estão tão habituados a que morram pessoas na estrada que isso já se tornou num axioma, e ninguém pensa que se trata de um problema que não basta diminuir, objectivo este que tem sido proclamado por todas as pessoas que alguma vez se dignaram a fazer alguma coisa sobre o assunto. É pena.
O slogan da conhecida campanha publicitária da Prevenção Rodoviária Portuguesa, "Mortes na estrada: vamos travar este drama", é, neste aspecto, bem ilustrativo daquilo que eu quero dizer. Pena que ninguém tome a palavra "travar" no seu verdadeiro sentido. O problema que temos em mão é de tal forma grave, que só estará verdadeiramente travado quando tiver deixado de existir.
Infelizmente, a prática obsta a que isto aconteça. "Travemos os nossos carros" não é uma atitude apelativa para quase ninguém - e, enquanto houver carros na estrada, haverá também mortes na estrada.
Dir-se-á, pois, que em tudo podem ocorrer acidentes. Não o nego! Apesar disso, não será preciso olhar muito longe para ver que, todos os dias, se fazem milhares sobre milhares de viagens de comboio, metro, eléctrico, de bicicleta, a pé, e por outros transportes que não o rodoviário. Todos esses meios estão sujeitos a acidentes, claro, mas... quantas vezes acontece isso? A resposta é, por muitas voltas que se dê à questão, muito menos. Não digo que, no total, não sejam também em número significativo, mas estão longe, bem longe, das proporções desproporcionadas que o caos rodoviário atingiu (e continua a atingir). Basta ver-se a frequência com que passam nas notícias acidentes rodoviários versus aquela com que aparecem acidentes de outros transportes quaisquer.
É completamente aberrante, não é? Pois é!
O cidadão comum apercebe-se disso? Não!
Mas devia!

Pequenos grandes seres.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

0 aforismos  

Bebés. Para muitos, "criações muito lindas". Para todos, criaturas com um fundo maléfico.
Eles são inteligentes, há que admiti-lo. Eles de facto, são queridos e o problema é que têm consciência disso. Sem grande esforço intelectual ou físico, um simples "hunhééé" é uma espécie de abrir portas que arranjaram. Numa situação normal, eu chegaria perto de um qualquer ser humano, e com delicadeza pediria o que quer que fosse de que precisasse em tal momento. Um bebé não. Ele não se mexe e limita-se a produzir toda uma gama de sons monossilábicos que não demoram muito a rebentar os tímpanos dos progenitores, e não só (o que se torna embaraçoso em espaços públicos. A não ser, óbvio, que o petiz seja "muito lindo"). Eles gritam, berram, esperneiam se o tiver de ser, mas sabem que todo aquele esforço (pronto, talvez não involva tanto esforço assim) lhes vale o que lhes satisfaz o gosto.
Toda esta situação é ridícula. Se eu (só por uma questão de referência, tenho 1,68m) me meter dentro de uma fralda, a berrar na sala porque tenho sede, o mais que me pode acontecer é ficar sem acesso ao telemóvel ou ser internada num estabelecimento apropriado ao meu possível problema mental. Se eu tivesse menos de meio metro, tal situação acabava com qualquer um dos meus ascendentes a trazer-me um biberon com àgua e a chegar todo carinhoso encher-me de miminhos.
Mesmo assim, os "miminhos" são humilhantes para quem os dá. Não temos de pensar muito para comprovar a veracidade desta constatação. Perante um ser humano ainda por acabar, os adultos ficam subjugados perante o poder maléfico do mesmo e fazem caretas, entoam cantigas com um valor instrutivo practicamente nulo*, falam na primeira pessoa do singular dizendo coisas que em qualquer outra circunstância seriam particularmente ridículas (imaginando um quarentão a agarrar uma bebé e dizer "Eu sou uma menina muito linda, não sou?". Puramente ridículo. Esta parte em específico da minha divagação sobre seres humanos com menos de um ano é baseada no Grande, ou seja, Ricardo Araújo Pereira.)
Ainda há, por fim, a mencionar que os bebés são feios. É plenamente impossível encontrar uma imagem de um ser humano com poucas semanas que seja bonito. Todos têm a cabeça grande, são vermelhos e têm uns olhos terríveis. Também é de relevo o tamanho ínfimo das mãos e pés. É todo um agrupamento de fealdade que impede tal criatura de ter um ar afável.
Concluo fazendo referência à insistência em que os pais têm em se referir à idade dos pequenos em meses. Porque não dizem "um ano" em vez de "doze meses"? E a mania de decorar o peso do bébé à nascença? Enfim. Pode ser que um dia eu entenda (e esperamos que sim).



* Lembram-se daquela música da primária com uma complexidade lírica imensa? Passo a citar: "à ona ona ê. ai mini mini mai, macarrona tuti fai. tuti fai ai ai. uni sep sep sep. uni ip ip ip. uni op op op. uni uni uni op." Há imensas variantes, sendo esta uma delas. Desde novos, somos logo bombardeados com demasiadas palavras que futuramente podem ser úteis numa conversação.



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Por motivos da minha integridade física e não só, friso aqui que tal divagação estúpida efectuada por mim, não pretende ofender ninguém e é normal que existam opiniões contrárias. (Escrevi este à parte não vá o diabo tecê-las.

Bem-vindos a 2009!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

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Chegou o ano de 2009!

Muitas coisas boas aconteceram em 2008. Entre as quais, a criação da Ligação BOF, que tem mantido unidos os poderes do pensamento dos seus autores.

Os pensamentos deste ano foram bastantes, e houve coisas que deram que falar. Mas a verdade é que há mais, muito mais, para examinar, para escalpelizar, para dissecar e criticar, e é isso que esta ligação fará durante o ano de 2009.

Isto, claro, assumindo que em 2009 não haverá uma crise de ideias, ou coisa do género. Mas, de qualquer forma, isso só acontecerá quando estes três autores tiverem esgotado toda a potencial imaginação do universo conhecido e desconhecido, o que levará ao catastrófico Apocalipse da Ignorância, que, se tudo correr bem, ocorrerá no dia 17 de Outubro deste ano, exactamente trezentos e sessenta e cinco dias depois da fundação desta choupana remendada.

Que venham a paz, a saúde, a bondade, e a imaginação! Cá estaremos nós para as receber, como velhas amigas, e nos assegurarmos de que serão parte integral (o que faz muito bem à saúde) deste maravilhoso novo ano, que, para mais, é um número ímpar.


The Purple Teen Wizard.

1 de Janeiro de 2009